A exemplo da implementação do home office, entre outros formatos híbridos de trabalho, a necessidade de adaptação mostra-se imperativa atualmente.
O ano de 2020 ficou marcado pela chegada do novo coronavírus em solo brasileiro. Claro, não há o que questionar quanto à gravidade sanitária que o acontecimento trouxe ao país, exigindo a adoção de medidas capazes de frear o avanço do vírus. Sob a ótica das empresas atingidas pela pandemia, a questão acerca da saúde mental de seus colaboradores também encabeçou um debate extremamente relevante. Hoje, olhando para trás e projetando os próximos meses, é de suma importância que o gestor compreenda a complexidade do assunto e ofereça condições para que o fator humano seja preservado internamente.
Afinal, as pessoas são os componentes centrais de qualquer organização. São elas as grandes responsáveis por conduzir determinado negócio ao sucesso. Em um contexto atípico e desafiador, é natural que os profissionais se comportem de forma distinta, dada a influência de características individuais que é comum a cada um de nós. Nesse sentido, a saúde mental se encontra no epicentro de uma avalanche de informações, mudanças e notícias, boas ou ruins; tudo colocado dentro do espectro de pandemia de Covid-19.
Qual é o papel do líder corporativo?
Muitos compartilham o pensamento de que nas horas adversas, de dificuldades explícitas, a figura de liderança precisa se destacar e servir como referência para que os demais a acompanhem. Sem dúvidas, essa é uma linha de raciocínio que conversa com o momento que vivemos, na medida em que a rotina de trabalho da maior parte das empresas nacionais mudou radicalmente. Aderir ao novo nunca é fácil, principalmente em circunstâncias de incerteza e medo generalizado.
A exemplo da implementação do home office, entre outros formatos híbridos de trabalho, a necessidade de adaptação mostra-se imperativa atualmente. Para o profissional, ter hábitos saudáveis, que ajudem a preservar seu bem-estar físico e mental, favorecendo à criação de uma rotina mais harmoniosa e que não o deixe saturado, é uma movimentação aconselhável. Vale enfatizar que todos nós possuímos autonomia para controlar nossos afazeres em meio a um cenário de tantas incertezas; com uma cooperação mútua e um senso de coletividade, será possível adaptar-se a novas demandas com tranquilidade e segurança.
Produtividade depende de bem-estar mental
O primeiro passo para lidar com o quadro imposto pela pandemia, certamente, é compreender o impacto que a situação traz à psique dos profissionais de um modo geral. Todos estão envolvidos em um cotidiano totalmente afetado pelo vírus. É inconcebível esperar que os colaboradores se mantenham alheios ao que está acontecendo mundo afora. Isso posto, o gestor pode esperar que os efeitos negativos se manifestem de maneiras diferentes.
Mais do que nunca, o olhar humano deve sobressair-se de aspectos secundários. Qual é a realidade enfrentada pelos funcionários? Como eles estão se adaptando à novidade? E os problemas enfrentados nesse cenário? Indiretamente ou não, a vida pessoal tem exercido uma influência considerável sobre o dia a dia do trabalhador, tornando-se cada vez mais difícil diferenciar dois lados de uma mesma moeda. Portanto, todos esses quesitos precisam estar em pauta do gestor. No fim das contas, demonstrar empatia é uma das armas principais para que juntos possamos superar um período delicado de nossa história.
Encerro o artigo expondo a importância de se levar uma gestão de pessoas flexível e humanizada para agora e os anos que virão. Por mais redundante que possa parecer, existem métodos de gerir profissionais que simplesmente ignoram noções básicas do que é ser humano e como isso afeta a nossa eficiência. Com essa maturidade organizacional bem estabelecida e a consciência do que pode beneficiar a produtividade das equipes internas, a empresa poderá valorizar o que realmente importa entre seus ativos: as pessoas.
Por Augusto Neves – Diretor de Gente e Gestão da Serede – Rede Conecta, empresa do Grupo Oi. O executivo possui mais de 20 anos de experiência na área de Recursos Humanos e tem ampla atuação sobre todos os subsistemas de RH, tais como desenvolvimento organizacional, recrutamento e seleção, relações trabalhistas, remuneração, saúde e segurança.