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5 dimensões para ativar a resiliência

Em tempos desafiadores e de mudanças rápidas como o que estamos vivendo em decorrência do Covid-19, a resiliência – individual e coletiva – é fundamental para o sucesso das lideranças e das organizações

Por Ezequiel Silva, consultor Egon Zehnder

A pandemia do Covid-19, o cenário de incertezas e a consequente disrupção gerada em todos os setores da economia tem colocado uma pressão sem precedentes em todos os líderes e colaboradores.

Neste contexto, escutamos cada vez mais em nosso dia a dia o termo resiliência, uma característica imprescindível para conseguir navegar no cenário que nos encontramos.

Na engenharia, a resiliência é a capacidade de um material absorver energia e retornar ao seu estado original – como uma borracha que é pressionada, se adapta e se encolhe, mas que retorna uma vez que a pressão deixe de existir.

Para as lideranças, equipes e organizações, a resiliência é a capacidade de de se adaptar positivamente à uma situação de pressão e se recuperar de um cenário de adversidade de forma mais rápida. Líderes e organizações resilientes estão mais preparados para a saída da crise, pois foram capazes de aprender e se transformar em um novo contexto.

Neste último ano desafiador, líderes que conseguiram sustentar os seus níveis de resiliência foram mais eficazes em transmitir energia, foco e motivação para suas equipes. Consequentemente, suas organizações se adaptaram mais rapidamente, conseguiram reter seus talentos e devem sair da pandemia mais fortes do que se encontravam antes dela.

Na nossa jornada em apoiar indivíduos e clientes à lidar com as adversidades geradas pela pandemia, trabalhamos em um conjunto de dimensões para fortalecer a resiliência de cada indivíduo e, consequentemente, das organizações, com um conjunto de ferramentas e processos que estimulam a curiosidade, o auto-conhecimento e colaboração, fundamentais para superar um momento de crise.

Mas como fortalecer a minha resiliência? Como me tornar preparado para a adversidade? Como estimular minha equipe a se manter energizada? Abaixo um breve resumo de dimensões-chave para ativar a resiliência individual e da equipe.

  1. Assegurar o auto-cuidado

Atletas de alta performance alternam períodos de alta energia e performance, como um torneio importante, com períodos de menor performance e intensidade, visando se recuperar até a próxima situação onde terão que dar o seu máximo. Eles se cuidam e se preservam para que estejam preparados para um próximo desafio.

Atletas “corporativos” muitas vezes operam em um elevado nível de intensidade e adrenalina por longos período de tempo, trabalham de segunda a segunda, esquecendo de se preservar e se renovar, o que muitas vezes pode levá-los ao Burnout.

Neste contexto, o autocuidado proporciona a habilidade de sustentar a energia por longos períodos de tempo, sendo muito mais do que simplesmente ter hábitos saudáveis, como comer bem e se exercitar.

Pessoas resilientes prestam atenção ao que é importante para elas, ao que gostam, ao que sentem e ao que as energiza. Elas reconhecem os seus limites, sabendo o que precisam fazer para se sentir bem e, mesmo em períodos de elevada intensidade, asseguram que tenham tempo para si mesmas e para seus momentos de prazer e satisfação.

Esta talvez seja a dimensão mais importante de resiliência. Como indivíduos, é importante reconhecer o que é importante para você – e assegurar tempo na agenda para ter um compromisso consigo mesmo. Para suas equipes, é importante incentivar momentos de celebração, de descompressão e respeitar também os sinais e necessidade de cada membro da equipe. Isto deixará todos mais preparado para a próxima situação de stress e intensidade.

  1. Cultivar uma rede de suporte

Suporte social é a capacidade de indivíduos de manter ativo um sistema e uma rede de pessoas que são capazes de oferecer apoio social e emocional. São pessoas que se importam com você, e que o fazem se sentir bem, se sentir conectado e feliz.

Muitas vezes com as demandas intensas de trabalho, deixamos de lado esta rede, nos desconectamos das pessoas, acreditando que precisamos nos manter 100% focados em nosso trabalho e tarefas para alcançar os objetivos, entregar as metas, e superar um período adverso.

Entretanto, prestar atenção e assegurar tempo para esta rede é um aspecto fundamental da resiliência. Poder contar com este apoio, de quem muitas vezes nos conhece muito bem, convidá-los a participar das nossas jornadas, ajudam a fortalecer o sentimento de segurança e confiança em tempos confusos e ambíguos como estes.

  1. Manter a perspectiva

Durante períodos difíceis e de incerteza como os gerados pela pandemia, manter é perspectiva é habilidade de olhar para além da crise imediata e conseguir permanecer otimista sem cair no desespero. Pessoas resilientes são capazes de olhar o copo meio cheio, se concentrar nas dimensões positivas e olhar para a frente com confiança e esperança.

Pode parecer algo simples, porém observamos muitas lideranças se apegarem à seus detratores e, frente aos intensos desafios do último ano – sejam eles no âmbito profissional ou pessoal – transmitirem uma postura negativa para suas equipes durante este período, levando à perda de motivação, de engajamento e aumentando o turnover em suas organizações.

Líderes resilientes são capazes não só de olharem o “copo meio cheio”, mas também transmitirem sua energia positiva e ajudarem seus times à manterem à perspectiva. É fundamental conseguir olhar além do óbvio, mostrar às pessoas as diferentes polaridades enfrentadas e reforçar os aspectos positivos da organização e que estão funcionando.

Manter a perspectiva é um aspecto importante da resiliência, pois nos permite identificar as oportunidades ou possibilidades que podem facilitar o crescimento e o desenvolvimento pessoal e das organizações, emoldurando uma crise com elementos positivos. Manter a perspectiva evita que caiamos em armadilhas mentais simplistas.

  1. Sustentar-se nas suas fortalezas e nas de seu time

Em meio à momentos de crise, onde consistentemente somos colocados à prova e enfrentamos situações pelas quais nunca passamos antes, muitas vezes erramos mais do que de costume, acabamos apresentando um desempenho abaixo do esperado, e podemos acabar nos apegando mais às nossas fraquezas e áreas de desenvolvimento, do que em nossas fortalezas.

Pessoas resilientes são curiosos em relação ao seu desenvolvimento, e tem clareza de suas fortalezas. Elas se concentram em suas fortalezas para em momentos desafiadores, focam em oportunidades de ação que alavanquem as dimensões que possuem de melhor, ao invés de se deixar bloquear por situações ou ações que não são possíveis no curto prazo.

Líderes resilientes usam seus pontos fortes – e estimulam os pontos fortes de suas equipes – com mais frequência. Notadamente, são pessoas mais felizes no trabalho, com maior autoestima e autossuficiência, apresentando níveis maiores de resultados, desenvolvimento e engajamento em suas equipes.

  1. Trabalhar com propósito

Trabalhar com um propósito significa permanecer alinhado com o seu próprio sistema de valores pessoais, ter uma direção clara e saber que suas ações são importantes e estão dando uma contribuição positiva para a organização e para a sociedade.

Pessoas resilientes tem clareza do  “porquê?” de suas ações, sabem quais são os seus valores pessoais e a forma como desejam contribuir para o mundo, perseguindo a suas ambições e conquistas que gostariam de ter em suas vidas – sejam elas no âmbito pessoal ou profissional.

Líderes resilientes comunicam é defendem com clareza o propósito de suas organizações, permeando as suas decisões e fazendo com que este propósito permeei as decisões de suas equipes. Isso faz com que as pessoas não se sintam vítimas das circunstâncias e se mantenham mais focadas em suas aspirações.

Concluindo…

Sustentar a resiliência individual e da equipe, após tanto tempo enfrentando a pandemia, é desafiador para todas as lideranças. É uma habilidade fundamental para que as organizações saiam fortalecidas e mais preparadas para o cenário pós-Covid.

Estas 5 dimensões podem ajudar a refletir sobre a sua própria resiliência – e como buscar ativar a resiliência em suas equipes. Para tanto, é importante manter-se atento aos sinais de nosso corpo e mente, atentar-se em como estamos nos comportando nestas dimensões, assim como estabelecer uma comunicação aberta e transparente com as equipes sobre estes temas, monitorando de perto a resiliência organizacional.

 

Fonte: https://www.mundorh.com.br/5-dimensoes-para-ativar-a-resiliencia/

 

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O que são soft skills e como desenvolvê-las para crescer na carreira

Resiliência, empatia, colaboração e comunicação são todas competências baseadas na inteligência emocional. Entenda

A tradução do termo hard skills vem fácil: são habilidades técnicas que você pode aprender e facilmente mensuráveis, como fluência em um idioma ou domínio de uma ferramenta. Já o termo soft skills sofre com uma transição menos orgânica: não são habilidades “suaves” ou “leves”, mas aquelas que lidam com a relação e interação com outros.

“Habilidades como resiliência, empatia, colaboração e comunicação são todas competências baseadas na inteligência emocional e que distinguem profissionais incríveis da média”, afirma Daniel Goleman, psicólogo expert no assunto e autor do bestseller Inteligência Emocional.

Estas também são habilidades fundamentais para um líder facilitador, alguém cada vez mais buscado no mercado por sua capacidade de criar espaços de debate e reflexão de qualidade e de onde saem soluções coletivas e inovadoras.

Porque as soft skills importam

“Há uma lacuna entre o que líderes esperam de recém-formados e o que estes recém-contratados oferecem”, começa Goleman.

Em uma pesquisa global com 450 lideranças executivas e 450 jovens, três quartos disseram que jovens em início de carreira não estavam prontos para seu trabalho.

“Na maioria dos casos, os contratados são inteligentes, ambiciosos e sabem usar tecnologia. Provaram que conseguem fazer o trabalho. São comprometidos e apaixonados pela ideia de ascender na carreira. Então o que falta nesses profissionais?”

São as soft skills, conclui Goleman, que define o termo como “traços e comportamentos que caracterizam nossos relacionamentos com outros”.

Segundo ele, jovens não dão a devida importância ao valor da inteligência emocional ambiente de trabalho, mas as habilidades que ela envolve são cruciais para ter foco, motivação e colaborar de maneira produtiva.

“Conforme estruturas organizacionais evoluem e a globalização acelera, essas soft skills serão mais cruciais que nunca”, aposta o especialista.

E são elas que realmente capacitam alguém para ocupar cargos de liderança, que envolvem lidar com outras pessoas e com si mesmo – apenas inteligência e experiência não bastam.

Claudio Fernández-Aráoz, conselheiro sênior da empresa de headhunting Egon Zehnder, é mais categórico: “QI te garante seu emprego, inteligência emocional garante sua promoção e a falta de inteligência emocional fará com que você seja demitido.”

Exemplos de soft skills em alta no mercado

  • Colaboração: saber trabalhar bem em grupo
  • Flexibilidade: saber se adaptar às mudanças
  • Trabalhar sob pressão: gerenciar estresse sem perder o foco
  • Comunicação eficaz: ouvir atentamente e se comunicar de maneira clara
  • Orientação para resultados: atingir o resultado final da maneira mais eficaz possível
  • Liderança de equipe: saber como motivar e engajar grupos

3 jeitos de desenvolver soft skills

Daniel Goleman apresenta algumas maneiras de desenvolver ou fortalecer as soft skills necessárias atualmente:

1. Aprenda a se autorregular

“Se você aprender a administrar suas emoções, vai se recuperar rapidamente do estresse. Isso significa que quando você sentir uma emoção forte surgir, pode se tornar consciente dela, nomeá-la e deixá-la passar sem reagir instantaneamente.”

Isso trará foco e manterá o corpo relaxado – em alerta, porém sem estresse.

Para quem quer mergulhar mais profundamente no assunto, Goleman indica praticar meditação diariamente e treinar seu cérebro para lidar com as emoções.

2. Aprenda a gerenciar seu tempo

“Quando for interrompido, pratique se fazer esta pergunta: isso pode esperar? Posso deixar de lado? Você descobrirá que a resposta é quase sempre ‘sim’”, fala.

Comunique sua decisão com boa vontade e de maneira educada: líderes – e pessoas com boas soft skills – sabem se comunicar gentilmente.

3. Crie uma cultura de feedback

O ponto de Goleman em seu artigo é incentivar líderes corporativos a desenvolverem seus jovens recrutas, mas dada a importância do feedback, uma adaptação para indivíduos é claramente possível.

Crie sua própria cultura de feedback! Peça para amigos, colegas, professores, gestores e familiares – pessoas que o conhecem profissional e pessoalmente – avaliarem suas habilidades de soft skills e use as respostas para melhorar.

* Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar

 

Fonte: https://vocesa.abril.com.br/carreira/o-que-sao-soft-skills/

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